Sei que muitos de vocês têm uma ideia do que acontece no motor, mas a maioria dos meus seguidores é leigo no assunto. Então comentarei sobre uma pequena parte do funcionamento básico do motor para que a informação do post fique mais clara. Na parte de baixo do motor temos o virabrequim, onde estão conectados os pistões, através das bielas. Conforme o virabrequim gira, ele puxa ou empurra os pistões.
Na parte de cima do motor, no cabeçote, temos as válvulas, que ficam abrindo e fechando para permitir que entre mistura de ar + combustível, e a saída dos gases de escape, que são o ar + combustível depois de queimar. Quem abre e fecha essas válvulas é o comando de válvulas.
A questão aqui é que um pistão, no topo do curso dele, não pode encontrar uma válvula totalmente aberta. Não tem espaço suficiente e eles se atropelam, se chocam, causando um desastre dentro do motor. Por isso, virabrequim e comando de válvulas precisam trabalhar sincronizados. O virabrequim só pode subir um pistão quando as válvulas estiverem fechadas ou fechando.
Quem faz esse sincronismo é a correia dentada, em uma grande parcela de automóveis. A correia é composta, principalmente, de borracha e tem um tempo de vida que precisa ser respeitado por causa da importância dela no sistema. Agora, pode ser que seu carro não tenha correia dentada.
Nesse caso, ele vai usar algum outro mecanismo para garantir o sincronismo entre o virabrequim e o comando de válvulas. Pode ser uma corrente de sincronismo, que se parece muito com a corrente da sua bicicleta e, obviamente, por ser composta de metal, tende a durar mais que uma correia dentada (se bem que tem umas correias novas, com tecnologias que fazem elas durarem muito, mas a maioria dura menos que correntes)
A corrente dura muito mais, mas ainda precisa, eventualmente, de manutenção. Quem vai determinar isso, como sempre, é o fabricante e a informação consta no manual de serviço do seu carro. E também pode ser que seu carro não tenha nem uma correia dentada nem uma corrente de sincronismo. Em alguns motores o comando está perto o suficiente do vira para que suas engrenagens possam se tocar.
É uma situação bem bacana, porque engrenagens são super robustas e esse mecanismo poderia durar a vida toda do carro, mas a construção do motor, nesse caso, tem outras particularidades que acabam tendo desvantagens também…
Matéria escrita por: Thais Roland – Colunista da UOL